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28/03/2016

Articulação Semiárido lança campanha nas redes sociais sobre produção de alimentos saudáveis






ASA lança campanha que pretende comunicar a sociedade que o Semiárido é um lugar produtivo e cheio de vida

Neste Dia Mundial da Água, celebrado em 22 de março em todo o planeta, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) lança a campanha "Semiárido que alimenta, gerando vida e cultivando o futuro", nas redes sociais. A campanha ficará no ar durante três meses nas páginas da ASA no Facebook, Twitter e Youtube. Nesse período, além de conhecer mais sobre o tema, a população vai conhecer mais sobre a região, as ações desenvolvidas pela ASA poderá contribuir com a doação de recursos que serão investidos em ações de convivência com o Semiárido.

Com 18,2% do território nacional, o Semiárido brasileiro é o mais chuvoso do planeta, porém as chuvas são irregulares no tempo e no espaço, por isso quem vive na região tem na cultura do estoque uma das principais estratégias de convivência com o Semiárido para a garantia da segurança hídrica e alimentar. Com a possibilidade de guardar a água da chuva para continuar produzindo na época da escassez, agricultores e agricultoras cultivam, semeiam e colhem de forma agroecológica e potencializam a região como uma grande produtora de alimentos saudáveis no Brasil.

A estocagem de água no Semiárido fortalece as ações de convivência com o Semiárido e permite as famílias agricultoras ter água para produzir alimentos o ano todo. O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) da ASA garantiu a construção de cerca de 800 mil cisternas de 16 mil litros para beber e cozinhar. Desse total, 3.237 estão instaladas em escolas públicas. Pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) mais de 88 mil tecnologias de segunda água foram implementadas.

No que diz respeito às sementes na região, um mapeamento inédito da ASA identificou milhares de variedades de 54 espécies alimentares e medicinais pesquisadas. Só de feijão de corda são 440 variedades, 335 de feijão comum, 322 de milho, 189 de fava, 116 de jerimum e 106 de batata doce. Esse levantamento faz parte do Programa Sementes do Semiárido que vem apoiando a construção e reforma de 640 casas de sementes, envolvendo 12.800 famílias no processo de fortalecimento da sua identidade e autonomia. 

“A cultura de estoque é a base da convivência com o Semiárido, é a partir da compreensão e implementação da mesma pelas famílias camponesas que nasce e se consolida a convivência. A necessidade de estocar: água, alimentos, saberes, sabores, sementes e forragens, possibilita que as famílias possam garantir sua soberania alimentar, sua dignidade e liberdade e a conquista da permanência da vida em seu território convivendo harmonicamente com o seu bioma”, explica Valquíria Lima, coordenadora executiva da ASA pelo estado de Minas Gerias.

A agricultura familiar é responsável pela produção de 70% dos alimentos consumidos pela população, garantindo além de quantidade, diversidade. A agricultura familiar abriga mais de 4 milhões de famílias, das quais metade vive no Nordeste. No que diz respeito a geração de renda, uma pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a agricultura familiar gera R$ 677 por hectare, e a não familiar apenas R$ 358 por hectare. A mão de obra também ocupa 15 pessoas por 100 hectare (agricultura familiar), contra duas pessoas por 100 hectare (não familiar). Essas informações contribuem para desmistificar a ideia do agronegócio como grande produtor de alimentos.

É nessa perspectiva que a campanha da ASA pretende comunicar a sociedade brasileira que a agricultura familiar de base agroecológica gera alimentos adequados e saudáveis, que trazem benefícios para a saúde e o meio ambiente, além de gerar renda através de relações sociais justas. Além dos temas da agroecologia e acesso à água, a ação também vai trabalhar nas redes sociais temas como segurança alimentar e nutricional, reforma agrária, acesso à terra, mulheres, sementes e políticas públicas.

Alimentos saudáveis x agrotóxicos – Quando se fala em alimentação saudável pensa também na qualidade dos alimentos que são consumidos diariamente pela população. Um estudo da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva) lançado em 2012, mostra que enquanto o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tem registro de 434 ingredientes ativos de agrotóxicos. Esses agrotóxicos vão parar diariamente na mesa de cada brasileiro e brasileira. Frutas, verduras e hortaliças apresentam agrotóxicos e são nocivos à saúde.

Para saber mais sobre a Campanha: www.semiaridoquealimenta.org

Fonte: http://www.semiaridoquealimenta.org/


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