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17/08/2015

Mais de 70 mil margaridas marcharam até o Congresso Nacional










Brasileiras de todas as raças, das águas, florestas e dos campos deram as mãos e  seguiram rumo a Brasília em busca de desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade.  Este foi o tema da 5ª Marcha das Margaridas 2015, que trata de reivindicações históricas como agilidade na reforma agrária e igualdade de direitos.

O maior movimento de mulheres da América Latina reuniu cerca de 70 mil trabalhadoras rurais, extrativistas, indignas, quilombolas, sindicalistas e representantes de Organizações Não Governamentais, nos dias 11 e 12 de agosto de 2015, no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília/DF.  De acordo com Cícera Nunes da Cruz, membro do Conselho Fiscal do Cecor, o estado de Pernambuco foi representado por 1.200 margaridas e cravos que saíram das suas comunidades rurais e urbanas para fortalecer o movimento.

A abertura oficial contou com a participação do ex - presidente, Luís Inácio Lula da Silva que, aplaudido por todas/os, agradeceu a presença das margaridas e disse que várias políticas públicas voltadas para as mulheres são frutos da marcha. “Nosso processo democrático não será desmoronado. Vamos continuar construindo um Brasil democrático, justo, igualitário. Participar desse marco histórico é fundamental para fortalecer nossas ações e valorizar as mulheres das florestas, campos e das águas”, falou Lula.

No último dia, as margaridas Brasileiras e representantes de mais 15 países saíram em marcha do estádio Mané Garrincha rumo ao Congresso Nacional com o propósito de fortalecer a garantia permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais; acesso à terra e valorização da agroecologia.  As margaridas querem uma educação que não discrimine as mulheres, o fim da violência sexista, o acesso à saúde, a ser ou não ser mães, com segurança e respeito; autonomia econômica, trabalho, renda, democracia e participação política.

Para a margarida Juraci Almeida de Arapiraca/Alagoas, a marcha representa esperança e união entre as mulheres que acreditam num mundo melhor, na luta por direitos. “Quanto mais nos unirmos, mais resultados iremos alcançar. Essa causa por direitos é nossa, homens e mulheres. Precisamos acabar com o índice de violência contra a mulher. E é aqui que recarregamos nossas baterias e voltamos para nossas comunidades abastecidas de conhecimentos e esperança”, disse Juraci.

Ao participar da cerimônia de encerramento da Marcha, no Estádio Mané Garrincha, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que fará todos os esforços necessários para cumprir as ações que garantam o fortalecimento da capacidade produtiva e autonomia das mulheres. “Até o final do meu mandato, me comprometo em construir 100 mil cisternas de captação de água da chuva para o incentivo à produção de alimentos, garantindo água para produção e implantação de quintais produtivos por meio dos programas existentes. Queremos ver as margaridas com seus quintais cheios de alimentos para a família, com hortas, animais e plantas medicinais”, prometeu à presidenta.

Ainda em discurso, Dilma Rousseff garantiu lançar uma mobilização nacional para intensificar as ações de atenção integral à saúde da mulher. A saúde da mulher do campo passará a fazer parte do calendário oficial do Sistema Único de Saúde (SUS). Outro compromisso foi aprimorar as condições para o tratamento de intoxicações agudas por agrotóxicos ou picadas de animais peçonhentos ”, garantiu Dilma. 

A escolha do nome Marcha das Margaridas e da data é uma homenagem à Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região. Por mais de dez anos à frente do sindicato, Margarida lutou pelo fim da violência no campo, por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas. Margarida dizia que "É melhor morrer na luta do que morrer de fome".

 

Fonte: ASCOM CECOR


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