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Atividade promovida pelo Centro de Educação Comunitária Rural (Cecor), os/as educandos/as puderam conhecer duas experiências diferentes de convivência com o Semiárido. O que chama à atenção é que 70% dos participantes no intercambio eram mulheres. Um grupo visitou os quintais produtivos agroecológicos das mulheres e o outro a área de manejo de Caatinga que é mantida pelos moradores do assentamento, com apoio da Associação Plantas do Nordeste (APNE), prova de que é possível usufruir da mata nativa sem devastar.
O Assentamento Barra Nova foi fundado no de 2007 e atualmente conta com seis famílias que dependem da agricultura e do bioma para sobreviver. O diferencial destas famílias é o respeito que dedicam ao meio ambiente e a interação preservada entre si. São famílias que partilham suas experiências e conhecimentos, e ajudam umas as outras na hora de cultivar suas hortas e comercializar a produção.
“Esta visita é importante para que os jovens despertem desde cedo para o valor das sementes, da coletividade e da agroecologia na produção de alimentos, por isso o projeto aposta na juventude, o futuro do Semiárido”, explica Kelle Souza, coordenadora pedagógica do Cecor e responsável pela execução do Projeto Escola das Águas nos três municípios.
Referência em Serra Talhada, a família da agricultora Maria Alexandrina da Silva (53), “Dona Xanda”, é exemplo para as demais na comunidade. Cultiva uma grande variedade de frutas, hortaliças, cereais, legumes e plantas medicinais, tudo produzido sem agrotóxico, num espaço de meio hectare, ao lado de casa. Produção que é comercializada aos sábados na Feira Agroecológica.
“Começamos com um quintal coletivo aqui perto de casa, mas o espaço foi ficando pequeno pra todo mundo e, por isso, estamos fortalecendo outros quintais na comunidade, pra que cada família tenha sua produção e possa levar pra feira”, explica dona Xanda, que trabalha ao lado do marido Luiz Vitorino Gomes (57) e do filho Alécio da Silva Gomes (24). Além do quintal de Dona Xanda, o grupo ainda visitou as hortas das agricultoras Francisca Maria Gomes (50) e Cícera Maria da Silva (53).
“Me chamou atenção como numa área pequena e com todas as dificuldades da região é possível plantar várias coisas, e ter sucesso na produção”, destaca Wildiane França, do Sítio São Paulo, em Santa Cruz da Baixa Verde.
Dos 145 hectares do assentamento, 45 são destinados para o manejo de Caatinga, experiência que está sendo seguida por outras comunidades e encantou os jovens do projeto. “O grupo ficou surpreendido com a área de manejo, principalmente com a história de Seu Luiz Vitorino, que conseguiu retirar de forma legal 22 carradas de lenha em 2013, cerca de 312 metros do produto, sem matar a vegetação”, afirma Valdir Vieira, técnico do Cecor.
Para Hernando Nunes da Silva, morador do Sítio Estreito, em Flores, muitos agricultores não sabem como fazer o manejo, por isso a experiência tem que ser compartilhada. “Achei interessante o trabalho das famílias, como elas extraem a Caatinga para sobrevivência de forma simples e sustentável, precisamos fazer uma transição desta prática para os agricultores de flores”, diz entusiasmado.
Vídeo – Durante o intercâmbio foram captadas imagens e depoimentos para um vídeo comemorativo pelos 20 anos da ONG Chapada.
Núcleo de Comunicação do Cecor
Juliana Lima (87) 9962 1987
Kátia Gonçalves (87) 9951 5362
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