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10/02/2014

Conheça a mais nova espécie de borboleta






 Uma nova espécie de borboleta foi descoberta por biólogos da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina, Sertão, que acompanham a obra de transposição do Rio São Francisco desde 2008, atendendo exigência do Ibama. Batizada com o nome Pheles caatingensis, em referência ao bioma onde foi encontrada, ela estava nas matas do município de Brejo Santo (CE), por onde os canais do projeto de integração também passam. Um artigo com a descrição do inseto já foi enviado para publicação na revista científica Zootaxa (Nova Zelândia) pelo biólogo Carlos Eduardo Nobre, responsável pelo achado.

"Essa espécie só ocorre em matas ciliares (margens de rios)", explica Carlos Eduardo. "A presença dela é um indicativo de que o meio ambiente está preservado." Além do município de Brejo Santo, a nova borboleta também foi identificada em Cabrobó, Sertão pernambucano. "Nessa região, a natureza está um pouco mais degradada e o grupo de indivíduos avistado foi menor", comenta o biólogo, acrescentando que o ambiente úmido e sombreado que a espécie precisa para viver é uma raridade na caatinga. Por esse motivo, encontrá-la em locais distintos foi motivo de alívio. "Significa que a borboleta está bem menos vulnerável."

Comprovadamente, a Pheles caatingensis é a única nova espécie encontrada no trabalho de resgate de fauna ao longo da obra da transposição, feito antes da supressão das matas para inundação dos canais. Mas o biólogo revela que há outras em estudo. Já os animais silvestres conhecidos lotam o Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), em Petrolina, para onde são levados. Desde que o trabalho começou, em 2008, a equipe do Cemafauna já resgatou 23.500 bichos de várias espécies nos 56 pontos de monitoramento ao longo da obra. A riqueza da caatinga reservou muitas surpresas. "Encontramos dois filhotes de onça parda e um gato-do-mato em locais onde não eram esperados", conta o coordenador do centro e professor da Univasf Luiz Pereira. Segundo ele, 80% dos animais já foram devolvidos à natureza depois de passar por avaliação e tratamento quando necessário.

Graças à fauna resgatada e identificada na caatinga, um importante banco de dados científicos foi criado. A coleção de répteis do Estado, que era a sétima maior do País, hoje é a quinta. Além disso, os biólogos podem precisar como está o padrão de qualidade da água de cada açude ao longo do projeto de transposição através da observação da fauna. "Alguns terão que ser revitalizados. Outros, como o Rio Pajeú e o Riacho do Navio, estão em boas condições, pois os melhores peixes e insetos aquáticos foram encontrados neles", revela o professor.

Fonte: Jornal do Comércio


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